domingo, dezembro 31, 2006

Mais um ano ... ufa!
É inevitável para mim olhar pra trás e fazer uma retrospectiva. Simplesmente porque o ano de 2006 foi difícil, e muito!
Das coisas boas, no topo da lista com certeza vem minha filha. É minha razão de viver. E eu que sempre acreditei que aqueles dizeres "ser mãe é a melhor coisa do mundo"e "ser mãe é padecer no paraíso" fossem balelas. Piegas?! Sim...Verdade?! E como!
Descobri velhos e novos amigos. Na verdade, ainda estou impressionada, e às vezes parece que a ficha ainda não cai. Desde o começo do ano... tudo o que passei, de bom e de ruim, sempre tive uma legião de amigos ao meu lado...gente que eu não esperava que estivessem alí pra mim, sabe, "pro que der e vier"?!
A compra da casa foi uma conquista, mas com ela a realidade é dura...muito dura. Às vezes ainda questiono a nossa decisão.
Quando digo que 2006 não foi um ano bom pra mim, na verdade é mais no sentido pessoal. Isso porque esqueci de mim mesma. Não me cuidei...não, nem um pouco. Nem fisicamente, nem mentalmente. E isso, sinceramente, acaba comigo.
Fisicamente, não me conheço. Não só efeito da gravidez, mas do descuido, do "amanhã eu começo à fazer isso ou aquilo", "depois que ela nascer", "depois que mudarmos". A aparência mostra, e não desculpa.
Mentalmente... foi o stress, por culpa da minha própria impaciência e desespero. Uma angústia constante que não sai do meu peito, só atiçando a minha velha mania de querer tudo pra já. Foram horas de pensamentos vazios, que eu não conseguia pensar em nada além do que andava dando errado. A velha Cynthia que sempre vía o lado bom das coisas, de uma hora pra outra, resolveu passear.
E também, um sentimento que em sí mesmo é contraditório. É por isso que o dizer do maior homem que já viveu é tão sábio... é melhor dar do que receber.
Esse ano eu recebi de-ma-is! Foi desde o começo, quando engravidei, chá de bebê, etc. Depois coisinhas da casa, e agora, que pessei por poucas e boas, mais um milhão de amigos só dando, dando, dando. Oferecendo ajuda. Disponibilizando-se. E embora eu agradeça por eles, fica dentro de mim aquele sentimento, aquela angústia de quem não tem e não sabe como retribuir. Alguém me entende?! Pronto, lá vou eu chorar...
Não sei, não sei lidar com isso. É parte da minha personalidade.
Mas não me entendam mal... não sou ingrata ou coisa parecida. Os passos que dei esse ano foram importantíssimos para o meu futuro. Apenas a velocidade que tudo aconteceu é que deve ter me abalado um pouco. As poucas responsabilidades de au pair que eu tinha, aumentaram. Agora sou mãe, continuo sendo filha, esposa e dona de casa (literalmente ou não). É, não é fácil...

Mas vamos mudar o rumo dessa prosa...

Mas aí vem 2007 !
E é por isso que estou cheia de esperança...com uma vontade de acreditar que daqui por diante vai ser diferente.
Depende de mim?! Claro que sim! Quero me animar...voltar à ser mais otimista como antes. Cuidar mais de mim. Sabe aquelas coisinhas básicas que mudam completamente a coisa de figura? Pois então...
Espero que seu ano tenha sido bom, conforme as suas expectativas. E independente do sim ou não, espero que 2007 seja melhor... Seja BÃO! De verdade...!
E que vc esteja aqui, pra compartilhar comigo, tudo de novo.
Aonde quer que vc esteja... hoje, amanhã, s-e-m-p-r-e , te desejo ... FELICIDADES!

terça-feira, dezembro 26, 2006

O encontro tão esperado!

Pois é... fazia tempo que esperavamos por isso. Nós (eu e Brandon), e eles (Marshal e Melissa), aguardavamos o momento, em que nossos filhos se encontrariam, e quem sabe..."click"?

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Ela: Leitora inveterada
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E ajudadora árdua nos afazeres domésticos

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Ele...o charmoso irresistível

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O encontro...

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Os olhos se encontraram...
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Os braços se encostaram...

E...foi amor à primeira vista!

Que fofos!!!
São momentos assim que alegram o meu dia. ..

quarta-feira, dezembro 20, 2006

"A vida se tornaria insuportável, se não nos proporcionasse mudanças." (Joseph Murphy)
Pois é hora de mudar (começando pelo blog), hora de acreditar e principalmente, hora de renovar esperanças.
"A vida é mais simples do que a gente pensa; basta aceitar o impossível, dispensar o indispensável e suportar o intolerável." (Kathleen Norris)
Ok...um dia eu aprendo.
Vou indo pro Brasil em 3 semanas... afinal, Rebecca não vê a hora de conhecer o vô Lucio e cia limitada.

sábado, dezembro 09, 2006

Ai...o blog também serve pra desabafar né?
Sabe aquela semana que NADA pode dar mais errado? Quando você já está mais do que esgotada só com notícias ruins, coisas boas que não acontecem, e aí, pra piorar tudo, só mesmo se um raio cair na sua cabeça pra te deixar tonta, desequilibrada, fora de si?
Pra começar, nem sim nem não...não tive resposta da entrevista. Quando nenhum sinal de fumaça chegou até quinta-feira, já tinha a sensação que não ía dar certo. Esquisito, porque sempre que saio com uma sensação estranha, geralmente as coisas acontecem depois, e desta vez, quando eu estava certa que melhor não podía ter sido...taí, nada acontece!
Mas enfim...acho que já estava preparada. O motivo pelo qual eu queria mesmo o emprego era a localização, aqui do lado de casa...e a chance de poder crescer na companhia. But well, passou.
Brandon anda super preocupado..sabe, compra de casa, as coisas ficam complicadas, ou digo, apertadas (financeiramente falando). Principalmente nessa época de "transição".
Já tínhamos programado de ir visitar uns amigos hoje. Ía ser tudo de bom, passar umas horinhas agradáveis, conversar, esquecer os problemas. Acordo cedo, me arrumo, troco a Rebecca...uma roupinha nova que ela ganhou...estava a coisa mais fofa que vc possa imaginar.
O Brandon tinha uma consulta médica, iríamos juntos e de lá, direto pra Annapolis. Eu correndo, tentando aprontar tudo...um frio danado, o Brandon decide ir ligar o carro pra aquecer. 1 minuto, ele volta.
"Cadê o carro? Vc não estacionou no visitors space?"
Não... eu simplesmente esqueci... pois na noite passada fui colocar as comprar pra dentro e esqueci de mudar o carro de vaga. E como ainda não temos a permissão de poder estacionar em qquer lugar, o carro foi ...guinchado.
Sério... eu não aguento mais ter o carro guinchado aqui nos EUA!!!! Não aguento mais!
Pensei, lá se vão $100.00. Ligo pro guincho...
Um idiota atende e já sai falando...olha.....$50 mais isso, mais aquilo, mas eu te dou um desconto (eu vou ficando feliz, vai ser menos de $100)...olha moça, o mínimo que posso fazer pra vc é $210.
Engasgo, conto até 3...como assim? "É, senão sairía bem uns $300." A essa altura eu já tô chorando, implorando pra ele abaixar o preço, e o cara nem aí... Eu vou muchando, ficando mais triste, e falo que vou conversar com meu marido e desligo.
Não tem o que fazer né.. Decidimos ir buscar logo o carro, mesmo antes procurando na internet alguma informação sobre os valores permitidos por lei para carros guinchados. Mas, como nada ajuda, TUDO se abre nos finais de semana, menos o que a gente precisa.
Chegando, o carro lá, quase que no meio do mato(standart...é sempre assim!). O rapaz não está lá...ligo pra ele, que já vai falando..."ahhh, vc é a dona do carro tal...pois é Ma'am...vc desligou o telefone na minha cara, e eu não aprecio isso...só por isso, o preço agora é $265"
Esse povo não tem noção nenhuma né? Ligamos pra polícia, que nos informa que infelizmente, em Maryland, ou no nosso county, eles podem cobrar o que quiserem. O que posso fazer é ir na junta das empresas de guincho, e ver o que eles podem fazer... Embora o ofical tenha sido muito gentil, do mais, acho que ele quis tirar as nossas esperanças.
Sabe, é duro quando não se tem poder pra nada. Mesmo sendo um absurdo claro, não podemos fazer nada.
Nisso, o cara não chega, ligamos de novo, aí o Brandon começa a conversar com ele, pergunta o motivo da quantia ser tão alta, e o cara então vira e diz, que além de termos que pagar em cash, o valor ía aumentar pra $289!!!! isso porque p Brandon estava sendo rude no telefone. Me fala se isso faz sentido?!! A cada "A"que a gente fala, o cara aumenta $10 dólares? Corrupto!
Ligamos pra polícia de novo, porque à essa altura o Brandon estava tão nervoso, tão nervoso, que ficamos com medo que alguma mais séria pudesse acontecer quando o otário chegasse. Veio então uma viatura, uma oficial muito calma, que também pensou que aquilo era um absurdo (mas que não podia fazer nada) e manteve a paz durante a transação.
Meus olhos parecem bugalhas de laranja...agora o tempo passando um pouco, já nem tanto pelo dinheiro (simplesmente porque eu tenho uma salvadora aqui...), mas pela injustiça. Eu ODEIO ser injustiçada, ODEIO não poder tomar uma atitude, ODEIO quando não posso resolver uma situação que está fora do meu alcance.
Simplesmente...não é justo! Essa foi a gota d'água na minha semana. Não vou nem por o pé pra fora de casa, porque do jeito que as coisas estão, vai saber...
Só queria agradecer à vocês pelas informações sobre o que preciso para viajar com a Rebecca. Vocês foram de MUITA ajuda, MESMO!
E Jan: "A friend is someone who is there for you when he'd rather be anywhere else.... Friendship is unnecessary, like philosophy, like art... It has no survival value; rather is one of those things that give value to survival." - C. S. Lewis
Love you girl!
Bjs, e tomara que essa semana que começa seja melhor!

quinta-feira, dezembro 07, 2006

A entrevista...
A posição que eu estava aplicando era para "reservas", o que tenho bastante experiência da época que trabalhei na Tam Viagens e na Costa Cruzeiros. No total, a "entrevista" durou bem umas 2 horas. Cheguei lá, mandaram prencher um formulário...bem comum aqui, embora as mesmas informações estejam no currículum. Preenchi, e logo a mocinha-recepcionista-bem humorada me mandou sentar em frente à um computador pra fazer um teste.
Hmm, teste? Alright. Eram mensagens gravadas, como a de um passageiro dando informações para que eu passasse para p computador. Um teste pra checar se eu entendo bem o que dizem, e a minha habilidade de digitar rápido. O resultado: average (normal). Segundo a mocinha, está ótimo, o problema é se fosse "poor"(fraco).
De lá me mandaram sentar com uma atendente, pra checar "o ambiente". Já estou acostumada. Fiquei lá mais uns 20 minutos enquanto a moça fazia reserva de limousines para um grupo chegando em Hollywood. Sabe, eles só queriam dar uma passeada em carro chique, sem stops, e ahhh... eles podem levar cada um uma mala dentro do carro? Uia....conheço essa história (pensei que só os brasileiros pedissem por um "jeitinho").
De lá me mandaram conversar com a famosa do Recursos Humanos. Lá ela me explicou tudo...como a empresa funciona, meus benefícios, salário (ainda não é o que quero, mas tá bom pra começar), etc e tal. Eles tem um treinamento começando no dia 11 de Dezembro...ela diz que vão checar as minhas referências e entrarão em contato. Ahhh, e qualquer dúvida, é só ligar!
Ok... último passo, ela diz que vai me apresentar para a supervisora, ela vai fazer algumas perguntas. Ahãm... Ela vem, super gentil, olha, olha, olha o meu currículum, e diz... bom, eu não tenho o que te perguntar, você já tem uma ótima experiência nessa área. Me diz então que dá até um alívio encontrar pessoas assim. Uau...me senti a última guaraná da geladeira. Saí de lá feliz da vida...
Bom, mas o que eu disse mesmo ... o treinamento começa na segunda né... e até agora, quinta-feira, nada de me ligarem. O que será, que será...
Ando decidindo... se não der certo quero ir pro Brasil. Sabe, esfriar a cabeça e estar perto de alguém da família que não anda bem. E estou estou super preocupada e com uma dor intensa no coração. E nessas horas, estar longe é a última coisa que quero. Não vejo a hora que esse ano acabe, porque eu não aguento mais 2006! Ôhhh ano de expectativas e demora, emoções fortes e dores de cabeça sem fim.
Falando em dor de cabeça, já apareceu mais uma... e essa sim, a culpa é minha e só minha. Não é que meu passaporte venceu em Maio! e eu ainda não renovei? Não é que nem a certidão de nascimento da Rebecca eu tenho? Engraçado, ela já tem Social Security, mas ainda não tem a certidão de nascimento. Além disso, primeiro precisei pedir a certidão (fiz isso ontem) pra depois dar entrada no passaporte dela. Ninguém merece.
Aliás, não sei se ela precisa mais do passaporte americano, ou do brasileiro pra viajar. Ou dos dois? Estou SUPER ignorante nessa parte, mas sendo ela também uma cidadã brasileira, se tiver o passaporte americano, ela precisa de visto??? Dona burra bateu na porta, entrou e agora não quer mais sair.
Ai, deixa essa angústia passar... Volto logo.
Bjs,

terça-feira, dezembro 05, 2006

Sua opinião... Como você respondería à essa carta?
Prezada Cynthia,
Estão fazendo isso de novo. Os comerciantes estão guiando o povo igual a sumos sacerdotes. Papai Noel é o mestre-de-cerimônias. As árvores de Natal servem de símbolo da celebração. E ofertam-se bolos e brinquedos de Natal. Os comerciantes estão propagando a religião do Natal no Japão. Sua missão foi muito bem sucedida nas últimas três ou quatro décadas. Um enorme número de japoneses converte-se a esta "religião" - pelo menos por uns dias no ano!
Isto me deixou intrigado. Muitas vezes me perguntei por que tantos japoneses, que na maior parte não são cristãos, celebram um dia festivo "cristão". Quando foi que os japoneses começaram a celebrar o Natal a tal ponto? O que há por detrás de tudo isso?
Procurando a origem do Natal japonês, encontrei a seguinte história interessante. Sõseki Natsume, grande escritor da era Meiji (1868-1912), mandou da Inglaterra um cartão natalino a Shiki Masaoka, poeta famoso, descrevendo o fascinante cenário natalino em Londres, no fim do ano 1900. Shiki até mesmo compôs um haicai, a forma mais curta de poesia japonesa, a respeito duma pequena capela no dia do Natal. Pelo visto, o Natal ainda era novidade na virada do século, no Japão. Então, quando foi que os japoneses começaram a celebrar o Natal?
Talvez lhe interesse saber que algumas autoridades afirmam que o Natal foi celebrado numa escola para moças, em Ginza, já no oitavo ano de Meiji (1875). Mas, "o costume de celebrar o Natal só começou realmente a ser adotado no Japão em 1945", observou o periódico The Christian Century. Foi quando os japoneses viram as famílias dos soldados americanos e missionários celebrar o Natal. Depois de serem derrotados na Segunda Guerra Mundial e de ficarem num vácuo espiritual, os japoneses, em geral, precisavam de algo para animá-los.
O Natal satisfez esta necessidade. Conforme pode imaginar, os comerciantes não perderam tempo para usar decorações natalinas, a fim de promover suas vendas de fim de ano. As decorações natalinas "agiam como mágica para atrair os fregueses", diz o jornalista Kimpei Shiba. "Isto se deu", acrescentou, "porque esta ornamentação era atraente e dava animação".
Mas, Cynthia, visto que mora nos Estados Unidos, você talvez não saiba que os japoneses tinham por costume trocar presentes no fim do ano, muito antes de surgirem os presentes de Natal. Dezembro sempre foi de vantagem para os varejistas. As pessoas, de carteiras recheadas com os abonos de fim de ano, entregam-se a uma onda de compras. "Este ambiente[do Natal]", porém, "dava às pessoas uma disposição alegre de gastar, e as induzia a comprar mais osei-bo [presentes de fim de ano] do que normalmente, de modo que o costume de usar decorações natalinas tem continuado", explica o Sr. Shiba.
Verifiquei que alguns se aborrecem com o comercialismo que domina o cenário natalino no Japão. Por exemplo, o jornal The Daily Yomiuri citou um americano que já vive muito tempo no Japão: "Os japoneses adotaram quase todos os truques comerciais natalinos, mas, de algum modo, o espírito da época não está presente." Ele estava falando do aspecto religioso do Natal.
Isto me induziu a examinar o lado religioso do Natal. Os afiliados a uma igreja afirmam que o Natal (25 de dezembro) é o aniversário natalício de Cristo. Quão surpreso fiquei ao encontrar na Encyclopedia of Japanese Religions que não se pode afirmar que Jesus nasceu em 25 de dezembro! A enciclopédia diz: "Embora a própria data do nascimento de Jesus não seja conhecida, o Natal começou a ser celebrado em 25 de dezembro por volta do terceiro século . . . Esta data cai aproximadamente no dia do solstício de inverno [no hemisfério setentrional], e adotou a festa pré-cristã do renascimento do sol." Renascimento do sol? Eu pensava que fosse o dia de nascimento de Jesus. Ora, como é que cristãos sinceros podem celebrar uma festa que originalmente era a celebração pagã do solstício de inverno? Não era o natalício de Jesus, mas a festa do renascimento do sol. Como podem os ocidentais que freqüentam igrejas criticar os japoneses como não tendo princípios por celebrarem um dia festivo "cristão", quando eles mesmos essencialmente têm a mesma espécie de observância?
Portanto, Cyn, eu gostaria de que me respondesse estas perguntas, visto que são muito perturbadoras. Seu amigo, Ichiro