quarta-feira, outubro 31, 2007

Dreams...

Engraçado... eu sempre tive sonhos, mas ultimamente pensei que não conseguía mais definí-los, ou separar sonhos, conquistas, e...viver a realidade e as possibilidades que a vida oferece.

Comecei a pensar bem no assunto depois de assistir um programa da Oprah semana passada. O show não era bem sobre os sonhos, mas sobre como enfrentar, ou estimular, ou viver uma vida que sabemos que está prestes à não existir.

No programa mostraram um homem (mais ou menos 40 e poucos anos), bem-sucedido, com 3 filhos, todos menores de 6 anos. De um dia pro outro ele decobre que tem câncer no pâncreas. Depois de 1 anos e mil e uma sessões de quimioterapia ele sabe que, certamente, tem menos de 4 meses de vida. Ele é um professor e fez uma palestra na Universidade que dá aula...que vira uma lição de encorajamento pra muita gente, e um dos vídeos mais assistidos no YouTube.

Assistindo aquilo, você meio que paralisa vc mesmo, e pensa...e se fosse comigo?! Eu vivo esse drama na minha família, mas mais uma vez, é um "reality check". Será que deixei de fazer alguma coisa que realmente devería ter feito? Quais são os meus planos? Os atuais? Os de infância? Será que os realizei? Será que vale a pena lutar por alguma coisa mais?

Independente, cada um tem a sua convicção. Têm quem acredite que vai pro céu. Alguns menos certos acham que vão pro inferno. Outros não acreditam em Deus e acham que a vida têm que ser vivida ao máximo. Eu acredito que um dia será possível para muitos terem uma vida feliz, e eterna, na Terra. Mas independente de quando isso aconteça, no momento, todos nós temos sonhos imediatos. Seja (como eu) aquela tão sonhada casa, como aquela bolsa, aquele sapato, entrar naquela universidade, achar a cara metade, viver o romance da vida, ter um criança saudável, fazer aquela viagem ou...ser respeitado no emprego.

Ninguém vive por...viver. Seja a longo or curto prazo, todo mundo tem sonho, uma expectativa, um "porquê".

E foi aí que...depois do programa que assistí, comecei a me questionar. Lá, a pessoa em questão que está prestes à morrer, lembrou da importância dos sonhos de criança. "Quais eram os seus sonhos?" "É possível realizá-los". "Há que preço?" Imagine a situação?

Parei pra pensar nos meus sonhos de criança, e...de juventude. Porque eles têm tudo à ver com o que sou agora. No que lutei pra conseguir e onde estou na vida.

Pra começo de conversa, quando parei pra pensar...meu sonho era primeiro morar no exterior, aprender inglês, experimentar outra cultura. Viver uma experiência totalmente diferente do que sempre viví no Brasil. Não era só um sonho...mas uma certeza. E embora as coisas tenham acontecido meio do aveso, no fim...tudo se encaminhou do jeito que sempre....sonhei.

Do resto.... o meu sonho não era muito diferente de meia metade das mulheres. Se meu travesseiro falasse, diría que eu quería viver aquela vida mixuruca, careta, mas cheia de significado. Quería só mesmo é amar e ser amada. E viver naquela casinha aconchegante, com cerquinha branca, com umas duas crianças saudáveis. O que mais importava no meu sonho era ter um marido que me amasse incondicionalmente, e que disesse que me ama dia após outro. Sabe né... aquele sonhozinho básico que é super simples no papel...mas a realidade....é totalmente outra história!

Super piegas...mas vai dizer que não é a realidade?! Se você me dizer que quer morrer sozinha...juro que não acredito!

Tudo isso pra dizer que semana passada, depois da Oprah, percebí que estou vivendo meu sonho! Me sinto realizada pessoalmente, amando e tendo um marido que me diz todo-santo-dia, que me ama. Sabe, chega de reclamar e tentar achar pêlo em ovo! Parei de pensar que preciso emagrecer, e achar emprego, e comprar uma casa pra só depois curtir a minha vida, que acho ser, perfeita. Isso porquê nunca será! Mesmo que tivesse tudo o que quero, sempre vou achar mais o que fazer, onde melhorar, e também, onde achar um defeitinho. É lógico que tenho ambições...minha vida por agora não é "só" isso.

Mas além de tudo, além de viver numa 'constante busca', preciso é parar e viver meu sonho... que é uma realidade. Sabe, curtir! Aproveitar! E entender que....o que vier, é lucro.

Acho que têm muita gente (como eu fui) que vive correndo atrás do vento. Sem perceber que... estamos vivendo a realidade de sonhos antigos, e mesmo assim...continuam angustiados com outras coisas. Não pra mim, mas para você.....Será saudável uma eterna busca? É isso mesmo o que você quer? Até quando? Quando é que um sonho é mais do que sonho? Sonhos têm limites? Se não...quando é que vc pára de correr atrás de novos sonhos e relaxa e curte os anteriores?

Sabe, às vezes é bom pensar....

sexta-feira, outubro 26, 2007

When SALE means SALE...

Pois é, quando é que liquidação significa liquidação?

No Brasil, parece que liquidação nem sempre significa que a loja realmente está a fim de se livrar das mercadorias. Pra mim, parece que querem mais chamar a sua atenção para os produtos, e em contra-partida, te dão um desconto por isso.

Já ví coisas bem baratas, com um descontão por assim dizer, mas nada "liquidação" mesmo.

Engraçado como a maioria das pessoas que viajam para o exterior, especialmente as que vão morar fora por um tempo, fazem aquela lista enorme de roupas que precisam comprar...blusas de lã, casacos, saias, calças, blosas, e por aí vai. Muitos vão até na 25 de Março comprar de tudo um pouco. E não se engane, eu já fiz isso também. E não fiz isso só uma vez não, mas duas!

Primeiro quando fui estudar no Canada, comprei TUDO no Brasil, porque sabe..."as coisas lá devem ser uma fortuna". Como se eu tivesse ido para o Canadá e soubesse. No fim das contas me ajudou um pouco, pois o meu 'budget' era limitadíssimo,e nem se quisesse, não podería me dar ao luxo de comprar muito.

Mas....mesmo com pouco, pouquíssimo dinheiro, ainda voltei com 3 (é, 3!) malas de mão dentro do avião, pois não tinha mais onde colocar tudo o que comprei em 5 meses.

Aí vim ser au pair nos EUA. Me contive um pouco mais, mas ainda comprei muita coisa pra trazer, especialmente blusas de lã...afinal, morava em Jacutinga/MG. Foi um pouco difícil me conter.

Hoje me arrependo em ter gasto tanto dinheiro no Brasil sem necessidade alguma. Porque aqui, tudo é MUITO barato! Muito, muito, muito! Principalmente se você procurar um pouquinho, ou souber as lojas que então sempre on sale . Aí você vai dizer que é pra quem mora aqui, e que se colocar o diferença de real x dolar (que agora, digamos, a diferença é mínima) não vale a pena. E é aí que digo que pode colocar a diferença que quiser e ainda é muito mais barato.

A maior delas - o que é impressionante, e ainda não consegui entender - você sente em roupas para crianças. Já havia ouvido falar que moda infantil no Brasil era cara, mas não pensei que fosse tanto. Dei uma pesquisadinha rápida na internet, e quase caí de costas. A média de preços dos vestidinhos no MercadoLivre é R$40.00...e daí pra mais! Camiseta infantil, em oferta no shopping uol, por R$19.90. Outras por R$25.00, e a maior cara de pau, uma outra camiseta infantil azul 4 (deve ser a marca?) por R$60.00! E eles ainda facilitam...5 x R$12.00! Cômico, se não fosse trágico.

A Becca tem roupinhas demais, porque de novo, tudo é muito barato aqui. Sabe assim, você olha pra peça, sabe que não precisa dela, mas aí olha e preço e...não tem como não comprar! Um exemplo...

US$2.00?! Vê se pode!

Há outras lojas, conhecidas como "pontas de estoque" que recebem roupas de lojas conhecidas e 'de marca' e as vendem por uma fração do preço. Uma delas é a Ross. Essa loja vende de tudo o que vc possa imaginar, desde roupas, sapatos, bolsas, até coisas pra casa...cama, mesa e banho, até móveis. Comprei conjuntos pra Becca da Gap por $6.99. Conjuntinhos completos...vestido e blusinha, calça e blusa. Um absurdo de barato! rs.

As vezes compro roupas pra mim lá também, principalmente se preciso algo mais 'classico'. 2 semanas atrás fui lá comprar pijamas pra ela, e acabei comprando 3 conjuntos pra mim, 2 de terninho e saia e 1 de terninho e calça (vai que eu comece a trabalhar, né?). Não preste muita atenção na qualidade das fotos, rs....mas olhe bem o preço do conjunto:

Pois é, um terninho por $9.99! Nem no centro de São Paulo você encontra por esse preço!

É por isso que digo... planejando vir para os EUA? Não apenas os eletrônicos são baratos. No Brasil, só compre lingerie (com certeza, não há como a nossa). Traga o que você já têm, e deixe pra comprar o resto (se precisar) aqui. Vale MUITO mais a pena!

Bjs,

PS.: Amei todas as opções dadas em relação à como ligar para o Brasil. Já comecei a usar o Spype, mas preciso ver certinho pois a minha conexão não é má...mas também não muito boa.

No dia seguinte, a empresa que tenho o meu plano me ligou e disse que, depois de uma reunião entre eles, decidiram voltar a oferecer o mesmo valor de antes nas minhas ligações para o Brasil. Ótimo né?!

Agora, uma pergunta pra Drica/rj.... Eu usei o nonoh.net e achei o máximo. Minha mãe ligou pra mim, mas a ligação só durou um pouco mais de 1 minuto. Aí dizem que temos que comprar créditos, mesmo que USA-Brazil (fixo-fixo) seja de graça. Você sabe o porquê?! Me explica? Tks!

Só sei que recebí emails de pessoas que entraram aqui, viram os comentários e estão usando as informações de vocês. Legal, né?!

segunda-feira, outubro 15, 2007

Eu preciso falar!!!!!

First of all... foi muito bom saber as opiniões sobre o assunto normal x cesária. Pra quem já é mãe, nota-se que independente do parto, a experiência de cada uma é totalmente única. E para as que ainda não são mães, fica nos comentários as experiências de quem já passou por isso, embora aconteça o que eu já esperava...cada uma já têm uma idéia do que quer fazer no futuro. Mas, vivendo e aprendendo...não é mesmo?!

Agora...

Estou com um probleminha aqui e gostaría da ajuda de vocês. Pois é, o assunto é ligações para o Brasil.

Pensei que já havia dominado o assunto, mas mais uma vez estou aqui sem muito saber o que fazer.

Por 2 anos eu usei cartões telefônicos. Era bom pra controlar os meus gastos, além disso, na época parecia ser bastante econômico. Aí lembro que a Clau me disse um milhão de vezes sobre o BroaVoice, que faz ligações pela internet. Com uma taxa de $24.95 por mês podería fazer ilimitadas ligações para o Brasil.

Mas, a burrinha aqui morria de "medo" dessas tecnologias muito avançadas, e na época resolvi não me adaptar a nova 'descoberta'. Uns meses depois (e depois de assistir centenas de comerciais na tv) resolvi comprar o material da Vonage, que depois vim a saber, é a mesma coisa que a BroadVoice, só que...sabe, Vonage era o mais conhecido. No fim, pagava as ligações, mas só $0.06 por minuto, o que é - quase - nada.

Aí mudei pra Idaho... podería continuar com a Vonage, mas uma cia daqui estava com uma promoção internet + telefone valendo bem a pena. E eles davam os equipamentos e tal, e então acabei aderindo à Clearwire... que é quase a mesma coisa do Vonage e BroadVoice. Por 4 meses as minhas ligações para o sul de Minas também custavam $0.06 por minuto. Para São Paulo, $0.02. Aí, de um dia pro outro, vejo um débito na minha conta corrente de $156.00! Quando fui checar, simplesmente eles aumentaram as ligações de $0.06 para $0.40 por minuto! Without notice...Tem noção?! Liguei lá e fiz um fuzuê, e eles devolveram o dinheiro. Mas...daqui pra frente, o valor continuará a ser o mais alto, o que pra mim...não dá!

Eu sei, eu sei....fui burra, burra, burra. Devia ter pego os serviços da BroadVoice em primeiro lugar. Mas agora, pra cancelar com a Clearwire, pago multa de $50.00, e pra começar os serviços com a BroadVoice, no primeiro mês pago $85.00, e só posso fazer isso mês que vêm.

A Lilia me deu a dica do dial55 , o que pra quem tem familiares morando em cidades grandes (Sp, RJ, Fortaleza, BH, etc, etc...) vale a pena. Com o plano deles, você adquire um número no Brasil, seus parentes fazem ligações para o seu número (local) e o telefone toca aqui nos EUA. O máximo...se eles tivessem serviços em Jacutinga, rs.

E o Skype? Quem usa? Vale a pena? É confiável? Que outros serviços vocês indicaríam?!

De antemão....valeu!

quarta-feira, outubro 10, 2007

Normal ou Cesária?

Definitivamente, cada mulher tem a sua opinião sobre o assunto. Pode já ter passado por isso ou não, mas no fundo no fundo, sabemos o que queremos.

Eu sempre soube. Não sei se foi porque cresci no Brasil onde a cesária é comum (em 2001, 31% das pacientes do serviço público e em 72% das pacientes do serviço privado tiveram parto cesariana), mas sempre quis ter cesária. Sempre. Mesmo minha mãe tendo tido 3 filhos por parto normal, nunca houve essa dúvida na minha mente, e isso é totalmente pessoal.

O Brandon sempre apoiou a minha decisão. Não só apoiou, como gostou e ficou feliz. Na cabeça dele é melhor já marcar a data do parto, do que ter que ficar esperando o dia que isso vai acontecer, ir pro hospital, ver a mulher 24hrs sofrendo em trabalho de parto, e no fim ainda ter que fazer uma cesária de emergência.

Aí mudei para os EUA, onde o negócio é ter parto normal. Assim, ponto. Cesária só mesmo se houver complicações no hora do parto, ou sabendo-se que há alguma anormalidade com o bebê.

Quando engravidei fiquei sabendo por más línguas que aqui o seguro médico não autoriza o pagamento de uma cesária se ela não é necessária. Como assim Bial? Nem preciso dizer que já comecei a entrar em pânico. O meu negócio é que não gosto de dor da qual não sei que grau será. Nem quantas horas isso durará. É egoista? Pode ser...dependendo da sua opinião. Após a cesária, sabia que a dor sería de uma cirurgia, e que há um corte que precisa ser cicatrizado. É bem mais simples pra mim encarar dessa forma. E outra... não consigo imaginar um bebê saindo, sabe, de . Não gosto nem de pensar! Pra mim não tem esse negócio de "ahh, é a coisa mais linda que você pode passar na vida" ou "é uma conexão enorme que vc tem com o bebê". Pra mim, minha vida com a minha criança vai mostrar isso, o amor durante o crescimento, e não o parto em si. E de novo... isso é totalmente PESSOAL! Cada (futura) mãe sabe onde o seu sapato aperta, e o que é melhor pra ela.

O problema é que muitas pessoas amam julgar a atitude ou escolha dos outros, e isso é muito mais aparente aqui na América. São mil e um programas na tv sobre a gravidez, o parto, o pós-parto, a criação e educação das crianças. E parece que sempre no mesmo tom: "parto TEM que ser normal!" Aí, a mãe sonha por esse momento por 9 meses, e chega no dia, acontece alguma coisa, e ela acaba tendo cesária. Aí mostram o sofrimento eterno da mãe que não teve aquela "conexão" com o bebê na hora do parto. Vejam, eu não estou julgando a escolha da mãe, mas sim o sofrimento por uma coisa que não foi culpa dela. E no fim, o que importa é que o bebê nasceu saudável, e que ela tem uma vida inteira para ter essa "conexão" com o filho/a.

Eu acho mães que tem parto normal bem corajosas. Eu não sou, e não tenho vergonha disso. Mas lembro que vivemos num tempo em que a "tecnologia"médica é avançada, e acho que toda ajuda para enfrentar um processo sem dor é bem vinda. Vai ter parto normal... qual o problema em ter uma epidural? Porque vc vai passar por alguma com dor se pode ter sem? Aí tem as "heroínas", que fazem o maior fuzuê na televisão, querendo mostrar como elas são o máximo por "optarem" pelo parto normal - e- sem anestesia. Sabe, porque tem que ser completamente natural, etc e tal... Sinceramente? Eu não entendo. Mas...

Deixa pra lá... não vou julgar.

No final das contas, na minha primeira consulta, já de cara perguntei se podería ter parto cesária, e a meu médico entendeu perfeitamente os meus motivos e disse que agora, aqui na América, o seguro saúde é obrigado a pagar pelo parto, independente dos fins e necessidade. Ufa, que alívio.

Tudo correu perfeitamente bem, me recuperei em menos de duas semanas, e a dor pós-parto foi muito menor do que estava esperando. Não me arrependo um minuto sequer.

Aí, na primeira consulta com a Rebecca, a pediatra (que ainda não conhecia) começou à checá-la, viu a cabeça..."redondinha né?! Você teve cesária?" Disse que sim. Aí ela perguntou se eu tive algum problema na gravidez. Disse que não. Aí ela perguntou se a Becca tinha algum problema. Disse que também não. Aí ela já toda bravinha: "Então qual é o motivo de ter uma cesária?". E eu disse que foi por opção. Sem brincadeira, ela fez uma cara medonha e ficou brava! Já ví que ela não era a pediatra certa pra mim.

E isso não tem fim...eu nem toco no assunto porque parece que aqui, pra muita gente, isso é tabu. Ninguém se conforma. Eles não precisam dizer, mas os olhinhos mostram o pensamento: "Ela não tem coração." " Ela é egoísta." "Onde já se viu!" E podem vir com mil e uma histórias de como o parto normal pode ser melhor, mas também há muitas e muitas outras de como o parto normal não teve um final feliz. E no fim, muitas vezes são essas mesmas pessoas que criticam uma escolha como a minha que tem o maior preconceito de todos...o da amamentação em público. São essas mesmas pessoas que que são orgulhosas por terem tido parto normal e por ser natural e bla bla bla, que te olham com cara feia quando você está amamentando seu bebê numa praça, no parque, ou onde quer que seja.

Feliz sou eu que tenho uma mãe como a minha. Que teve parto normal, e acha a melhor opcão. Mas que acima de tudo...Concorda em discordar. E eu também...

Eu e Becca (um tempinho atrás)... felizes e saudáveis!

E qual é a sua opinião?

segunda-feira, outubro 01, 2007

Something to Believe In

updated

Quando era (bem) mais nova...tive a fase de gostar muito de Rock n' Roll. Foi logo depois daquela fase do New Kids on the Block - ok, abafa!

Foi logo quando a MTV começou no Brasil, se não me engano lá por 1989-90. Eu gostava mesmo do Guns N' Roses, mas lembro bem daquela banda com o vocalista lindo de morrer - Poison. Eles eram famosos, mas não tanto, e logo depois, sumiram.

Bom, estava eu aqui assistindo televisão uns dois meses atrás, e eu que (ok, admito!) não consigo largar meia dúzia de reality shows, me deparo com esse programa, com um cara que não me é estranho. Nem o nome dele eu sabia, mas aquela fisionomia eu jamais poderia esquecer! O nome do programa: Rock of Love. O nome dele vim a saber: Bret Michaels. OMG! Damn, he is HOT! Vai ser bonito assim lá na #$@&...

De um dia pro outro fiquei viciada no show. É incrível como para algumas pessoas os anos só melhoram aparência. Se antes ele já tinha um rosto que era "killer", agora...ai! Até dói de tão lindo. O show já estava no meio, fui na internet e coloquei em dia todos os episódios que ainda não tinha assistido. Sabe, esse reality show é mais um daqueles mulherzinha, tipo o Bachelor. Começam com 25 garotas, que estão sendo eliminadas aos poucos, até sobrar aquela que terá como grande prêmio...ah... tem coisa melhor do que ser namorada dele?!

Eu nem sabia que o Poison ainda existia, mas eles estão super na ativa. Mas enfim, além do Bret ser muito, mas MUITO gente boa (simpático, amigo, gentleman, e...já disse que ele é lindo?!), o que no fim me atraiu ainda mais no programa foi uma coisa muito, muito mais pessoal....

Minha Vida

Devia ser o meu terceiro ou quarto encontro com o Brandon, e antes das coisas ficarem definitivamente sérias, eu sentia que tinha que ser sincera e contar pra ele sobre o meu passado. Tinha que contar que já havia sido casada e era divorciada. Que não, não tinha filhos. Que talvez tivesse que voltar pro Brasil. Essas coisas que, na vida real, assustam qualquer um.

Mas não ele. Na verdade disse que tinha que me contar algo também. Na minha cabeça já veio: pronto, ele deve ter um filho/a", ou... "ele decidiu entrar na Army e deve ir pro Iraque por 1 ano". Sabe né... a criatividade da mulher não têm limites.

Mas o que ele tinha que me contar é que tinha diabetes. No primeiro momento fiquei meio sem entender. O que a diabetes tinha a ver com a gente? Na minha total ignorância, uma pessoa com diabetes só tinha que ter uma dieta mais equilibrada e evitar doces. Sei de alguns casos um pouco mais graves, como lembro quando eu e meu tio saímos pra jantar com o Milton Nascimento, ele teve que tomar insulina num certo momento, mas não sei até que ponto ou grau a diabetes influenciava no seu dia-a-dia.

Foi aí que a minha aula começou. Primeiro, quem só precisa de uma dieta balanceada são os com diabete tipo 2, e ainda assim, alguns mesmo assim precisam injetar insulina. O Brandon tem a diabetes tipo 1, ou seja, o corpo deles não fabrica insulina alguma! "E, quando a insulina não é produzida, o corpo não consegue absorver a glicose, fazendo com que as células passem fome e, ao mesmo tempo, o organismo tenha sempre altos níveis de glicose circulando pelo sangue."

Naquele momento, eu jamais podería imaginar como era vida dele. E foi aí que ele me disse que tinha que me contar, pois esse foi o motivo de muitos dos seus relacionamentos terem acabado. Eu não pude acreditar que uma pessoa fosse tão sem coração para não continuar um relacionamento por esse motivo.

Bom, eu aprendi a lidar com isso, e vou dizer, não é fácil. Faço de tudo pra não deixar transparecer, mas vivo numa constante angústia de que alguma coisa possa acontecer a ele. Sofro por ele e com ele. Várias vezes por dia ele tem que checar o sangue e saber o nível de glicose. Se está baixo, corro para fazer leite com chocolate, ou coisa parecida. São inúmeras as vezes que, de uma pra outra, ele começa a enfraquecer de uma forma que não consegue ficar em pé. A última noite foi um "challenge". Ele acordou duas vezes...na primeira checou e estava com quase 20mg apenas. E depois 50mg. Geralmente nessa altura a pessoa já desmaiou e está quase entrando em coma.... mas ainda bem, o corpo dele parece ser forte.

update Há algumas formas diferentes para cuidar da diabetes 1 com insulina. O Brandon tem uma 'insuline pump'... um aparelho que é uma bomba, que é ligada por um 'fio' que ele conecta na barriga e que lhe dá várias doses de insulina durante o dia. Pense em quando vc toma soro... é a mesma coisa, só que na barriga, e a "pump" ele leva no bolso. Tem que usar isso 100% do tempo (só não usa quando vai tomar banho ou coisa parecida), tem que durmir com isso tbém. Outras pessoas tomam várias injeções de insulina durante o dia...geralmente 3 ou 4.

Além disso, tem mil e uma complicações que só quem vive isso no dia-a-dia pode entender. Ele pode ter uma lesão nos olhos, pode ter uma lesão nervosa, problema nos pés, doença renal, no coração e nas artérias. Qualquer deslize significante e ele pode entrar em coma. Definitivamente, não é fácil pra ele. Eu sofro por vê-lo tendo tantas dificuldades, mas nosso amor apenas nos fortalece, e enfrentamos essa doença juntos.

Mas voltando ao assunto...

Quando contei ao Brandon se ele gostava do Poison (o grupo), ele disse que claro...ama as músicas. E tem um motivo especial...o Bret Michaels, como ele, também tem Diabetes 1.

Eu j-a-m-a-i-s imaginaria que ele tinha diabetes 1....e fui procurar saber, e aprendi muito mais. Logo no começo da carreira deles, no auge do sucesso, antes de um show, ele injetou insulina e no maior fusuê de encontros e pessoas falando com ele, acabou esquecendo de comer. Foi fazer o show, e dalí uns minutos desmaiou no palco, e só foi acordar no hospital. A mídia já foi dizer que ele era "trash"e que tinha tido uma overdose de heroína. E foi aí que ele veio à limpo e disse que tinha diabetes.

O Brandon começou a ter problemas com 16anos. O Bret tem desde o 6 anos de idade! E imagina...agora estamos muito mais avançados...mas pense nos anos 60, as coisas não eram adiantadas como agora. Nem posso pensar em como era medir a glicose de uma criança, várias vezes por dia. Que dó! Coisas assim acontecem com tanta gente e nós não temos nem idéia...

Ontem foi o último capítulo. No primeiro encontro, ele estava passando mal...e a acompanhante nem aí. Disse pra ela mil vezes que precisava comer (se ele toma insulina e não come, pode desmaiar e entrar em choque e em coma), e ela nem aí.

No segundo encontro, por incrível que pareça, ele estava passando mal de novo. Explicou pra garota o que estava acontecendo, e ela fez o possível pra entender. E no final, foi fundamental pra escolha... e eu bem sei os sentimentos dele. Afinal, vivo com uma pessoa que tem os mesmos problemas.

Mal posso esperar pelo dia que doenças serão coisas do passado! It gives me Something to Believe in

Ps1.: Mais informações sobre diabetes 1 aqui

Ps2: Amei os comentários e idéias para novos posts. Vou usá-las com certeza!