Aqui estou eu, com o coração apertadinho mais-uma-vez! Muitos sonhos “interrompidos”, muitos mais sonhos e emoções por vir.
Engraçado, hoje eu estava comentando com a Evelin (que trabalha comigo e eu já amo de paixão)…que à 3 anos e 3 meses atrás, eu chegava nos Estados Unidos... cheia de sonhos e apenas duas malas. Agora, lá vou me mudar novamente, mas agora preciso de no mínimo 3 dias pra empacotar tudo!
O que aconteceu é que não deu... A gente tentou, tentou…mas a corda quase arrebentou.
O Mercado imobiliário na região de DC (Maryland, Virginia e Washington DC), de 1 ano e meio pra cá vai de mal à pior. Esse foi um dos motivos pelo qual decidimos comprar nossa casa, os preços estavam e estão caindo.
Mas…. A crise está afetando mais gente do que se imagina.
O Brandon é um surveyor (agrimensor). A companhia de engenharia que ele trabalha é voltada para o planejamento e trabalhos residenciais e comércios que atendem esses novas áreas de moradia. Com essa baixa, o setor dele também foi afetado. A companhia que eu trabalho, fabricação e instalação de granito também sofreu com isso…já que granito aqui é considerado um ponto ou "motivo" de venda de uma casa. Se a casa tem granito na cozinha…é considerada melhor do que outra igual, mas sem.
Já que ninguém consegue vender nada agora, muitos não se atiçam a renovar cozinhas (que aqui é m-u-i-t-o caro)… e o volume de trabalho cai.
Isso começou a afetar pra valer na-mesma-semana que fechamos o contrato da casa. Pensamos que tudo ía melhorar, mas agora já se passaram mais de 6 meses, e decidimos que era hora de tomar uma atitude.
Começamos a procurar, e surgiram opportunities no Arizona, Califórnia, e até consideramos nos mudar para o Alaska! Mas a oportunidade pra valer veio de Idaho. O Brandon foi pra lá, fez a entrevista, gostou do lugar, e então veio a proposta, que apesar de não ser “fantástica”, vale a pena porque o custo de vida lá é a metade do daqui.
Eu estou vivendo mais um furacão de emoções. Tem hora que agradeço por ter essa oportunidade, horas que quero chorar…porque sonhamos muito com essa casinha que compramos e com a possibilidade de viver aqui a nossa primeira história realmente independente. Tantos planos pro futuro, tantas decorações...aqui ficam, e mais uma vez eu aprendo à não me apergar à nada.
Fico feliz porque esta oportunidade do Brandon parece ótima. É uma companhia menor, mas com grandes perspectivas de trabalho.
Estou triste pelo meu lado. Esses 3 meses de trabalho na Grantops foram ótimos. De novo eu pude mostrar o meu potencial, e ser reconhecida por isso não tem preço. Em tão pouco tempo, ouvir do meu chefe que eu posso (e devo) voltar quando quiser, é “priceless”. Escutar vez após vez “ahhh, fala que você mudou de idéia”, ou “diz que você não vai mais” é emocionante. Voltei à ser “eu mesma”, não apenas a nanny, ou a au pair, ou…whatever. Fui de novo a boa aprendiz e parte do time, fiz novos amigos (por sinal, muitos mesmo)…amigos que eu não vou esquecer tão cedo, senão nunca.
E também…é duro deixar a região que conhecí tão bem! Maryland, Virginia que amo tanto, e Washington DC que gosto com paixão. Nunca vou esquecer tantos bons momentos que passei aqui. Mas, falando em dureza, difícil mesmo será deixar minha maid of honor. Isso sim vai ser difícil, ai ai ai. Aquela amiga, pro que der e vier… vai ficar por aqui, mas vai comigo no coração. E ainda bem que vivemos na era do telephone, internet, etc e tal!
É duro acabar com tudo isso, tão cedo. Lá vou eu, começar tudo do zero de novo, num lugar que só conheço por fotos. Dos males o melhor… passar mais tempo com a Becca, e tentar dar mais atenção ao fisíco que não nega ser…renegado.
Esqueci….agora não posso mais dizer “lá vou eu”. Agora, a palavra tem mais peso porque: “Lá vamos NÓS!”.
E vocês…vão me acompanhar? Espero que sim!
Bjs,