segunda-feira, julho 24, 2006

  • Muitas coisas pra contar, algumas ainda se encaminhando... Então por enquanto, deixo por aqui algumas fotos, alright?! (of course, mãe coruja parte II): Batendo um papo com o pai... Brincando com a câmera com a mãe... Hmmm... contemplando o brinquedinho (e dando um tempinho pra mim);
  • Que coisa mais feia!!!
  • - "Vcs vão ver qdo eu começar a falar!!!".
  • Bjs,

segunda-feira, julho 17, 2006

Desse jeito minhas lágrimas se esgotam...

Eu já contei aqui sobre o meu vozão né?! Pois é...por muitos e muitos anos, ele é o único que eu tenho. Ainda quando era criança, se foi meu vô Olderige, pai da minha mãe, que como ela me conta, era o melhor pai do mundo. Infelizmente não pude conhecê-lo muito. Depois foram-se minhas duas avós... que eu as amava tanto quanto. E agora eu só tenho o vô Satu... meu companheiro, sempre. Pois era pra ele que eu contava da minha vida quando adolescente. Era ele que sabia das histórias, que sempre quis saber meus segredos. "Engraçadinho", cantou todas as amigas que eu apresentei... É com ele que eu rí muito, e continuo... Era ele que sempre me ligava cedinho no Sábado e no Domingo : "E aí Zanon, vamos tomar uma cervejinha?!", ou... "Zão, você rachou o côco ontem?!"....

Baiano, acho que é dele que veio o meu gosto pela farinha, ou farofa. É dele que lembro quando alguém diz..."porra! ô comida boa!". É dele que lembro com carinho, aonde quer que eu esteja...e pra ele ligo correndo pra contar as novidades. Ele é um porto seguro, sempre.

Além disso, é inteligente...viajou muito, estudou muito, é esclarecido até! É também cronista, e escreve na A Gazeta de Jacutinga. Pra minha surpresa, minha mãe me mandou o que ele escreveu no último fim de semana. A saudade bate, o coração fica apertadinho assim ó... Veja se não é para menos:

"REBECCA

Finalmente você chegou, seu pai Brandon, sua mãe Cynthia, estavam ansiosos esperando sua chegada. Quando você estiver alfabetizada, espero que também em português, certamente seu bisavô talvez não saiba como foi sua reaçao. Publiquei sua foto no jornal a Gazeta de Jacutinga, onde sou colunista, e espero que sua mãe guarde juntamente com esta saudação. No canto esquerdo da página 5 Gazeta Mundo, tem minha foto. Não sei se resistitá ao tempo. A despedida que sua mãe dedicou a sua vó Cristina, foi emocionante, um verdadeiro poema. Sua mãe escreve muito bem, tem estilo e conteúdo.

Querida, seu barco navega rumo norte, e espero que ancore em porto seguro. Que VC tenha uma existência tranquila, livre de furacões e tempestades. Espero que Deus me conceda tempo para ir visitá-la. Aguarde.

Seu bisavô Jose Saturnino dos Santos. " Lindo!!!

Vô, obrigada pela mensagem. Tenho certeza que quando a Rebecca crescer e entender o que lê, vai ter orgulho ter tido um bisavô como você. Saiba que você está sempre no meu coração e pensamentos. Esperamos te ver muito em breve,

Te amamos...! Bjs,

quinta-feira, julho 13, 2006

Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça...

Ai ai ai...pensei que não ía ser assim, mas estou mãe babona mesmo. Normal né?! Pois é, já era-se de esperar...

Ainda estou me adaptando essa semana sem minha mãe, e é incrível como noto nestas horas como a minha situação é tão semelhante à de muita gente. Quase a maioria das brasileiras (os) que vivem aqui estão longe da família... e vejo a saudade de todos acumulando pelos comentários. Acho que nestas horas compartilhamos o mesmo sentimento e a saudade dói um pouco menos. Quando tudo está um marasmo parece que tanto faz... mas sempre que queremos compartilhar algo importante é aí que sentimos falta. Escolha essa que fizemos, parece que por agora o negócio é aguentar!

Mudando de assunto... e voltando pro mesmo

O Brandon tirou a semana de folga pra ficar aqui em casa comigo. Olha, ele está sendo um paizão! Incrível como a cada dia eu me surpreendo mais com ele. Eu fico acordada à noite, e de manhã ele cuida da Rebecca...faz e dá mamadeira, troca fraldas (quantas preciso!), sai pra passear...o máximo. Sem contar o orgulho...ahh, esse tá difícil de comentar.

Hoje por exemplo ele quis levá-la no escritório - mesmo estando de férias - só pra mostrá-la pros amigos. E vai mesmo...leva mamadeira, fralda, não tá nem aí. Chegou em casa e disse que ela começou a chorar, ele trocou fralda lá na frente de todo mundo (até isso ele faz com orgulho), deu leite, tirou tudo de letra... E eu tonta, fico aqui em casa toda preocupada... "será que ele está de olho nela? será que não deixou o cobertor no rosto? Será que ela está chorando? Será, Será, Será?!!!"

Mas é assim mesmo. De tarde, ela começou a chorar, eu estava tomando banho...quando saio lá vejo ele dando voltas de carrinho com ela dentro do apartamento. Adivinhem?! Ela dormiu... Paizão é assim!

Agora...sobre o cordão umbilical

Vou responder aqui pois pode ser de ajuda p/ outras grávidas...

Eu optei por guardar o sangue do cordão umbilical pois ele contém as stem cells (células tronco?) que estão sendo usadas na cura de várias doenças (como a leucemia). Fora os estudos já adiantados que ajudarão na cura de tantas outras, como a diabete. Já que o Brandon tem Diabete 1, achei que seria bom, afinal, nos dias de hoje, nunca se sabe né?! E também, é uma chance única... estas células só podem ser retiradas do cordão umbilical. É como um seguro, uma garantia caso alguma coisa aconteça no futuro. You know...peace of mind.

Aqui nos EUA algumas empresas fazem o processo. Pesquisei bastante, conversei com a minha médica...Pelo que ví, as mais confiáveis são a CBR (Cord Blood Registry) e a ViaCord. CBR é uma das mais antigas, e a ViaCord está adiantada nas pesquisas. Optei pela CBR. O custo total seria US$1975,00:

*$1700.00 = Collection kit

*$150.00 = one step shipping service

*$125.00 = annual storage fee (é a taxa que pagarei por ano)

Quando vc liga, eles dão $150.00 de desconto...então,o custo total é de USD1825.00 - o mesmo que eu paguei. Eu disse que tinha descontos pra dar p/ amigos, mas acabei de ler o coupon e na verdade o que eles oferecem é uma ano de "storage" quando eu indicar um amigo. Me enganei. Caso al'guém queira informação, eu indico o mesmo agente que eu fiz o processo.

Pelo que parece, no hospital todo o staff já estava bem à par disso...tanto que logo na chegada todos já perguntaram se eu tinha o kit de coletagem. Eles colhem e depois do parto dão para o pai que liga na companhia, que manda depois de umas 2 horas alguém ir buscar o kit no hospital, pessoa que manda o kit pra sede da empresa.. A sede a CBR é em Tulsan/ Arizona, e há um prazo pro kit chegar lá - não sei exatamente quantas horas.

Depois de 2 dias nos ligaram avisando que haviam recebido o kit e que o armazenamento estava sendo feito. Essa semana recebi um certificado, e informações... Foram coletados 788.5 milhões de células, e estão separadas em 3 seringas. Não sei se é ótimo ou não, mas o número está de bom tamanho pra mim...

Acho que é isso... qualquer coisa, perguntem.

O que mais?

Minhas novidades são como sempre sobre a bebê...eu sei, daqui a pouco passa. É que esse cotidiano é só que me resta no momento. Nada além disso tem se passado ao meu redor.

Esquecí de dizer thank you pelas mensagens... todas lindas como sempre. O mais legal foi ver gente que passava por aqui anos atrás encontrando o blog de novo agora. Mais legal ainda, ver minha amiga Denise (Dê!!!!!!!) amiga que perdi o contato há muitos anos atrás, tbém encontrar o blog e aparecer por aqui (Dê.... não tenho seu telefone, nada!!! me deixa aqui, ou me mande email).

No fim, como sempre, esse blog continua me supreendendo. Tantas amizades que fiz aqui, e agora, reencontrando antigos amigos... Não podia ser melhor né?!

Então...vamos continuar assim!

Bjs,

domingo, julho 09, 2006

Valeu!

O tempo passa rápido, muito rápido...

Mas valeu mãe...

Valeu esperar tanto tempo pra te encontrar,

Pra dividir momentos inesquecíveis,

Compartilhar emoções,

Mesmo pra rir e chorar...

Valeu pela cumplicidade;

Na verdade, o que vale mesmo é a a sua amizade.

Valeu o companheirismo, os filmes da madrugada;

A ajuda no trabalho, a paciência no carro, nossa casa arrumada, a janta preparada.

Valeu ter você comigo durante todo o processo, dividir a ansiedade da espera, a alegria da chegada, os risos de felicidade.

Valeu por ter segurado a minha mão, me ajudado com minha insegurança, dor ou apreensão.

Não sei nem como agradecer, mas...

Valeu todo o amor e carinho que você nos deu!

Você quase nem foi, e eu já estou aqui, morrendo de saudade.

Essa despedida no aeroporto foi dolorosa, dói demais dizer adeus.

A sua vinda pra cá não tem preço, ter compartilhado o nascimento da Rebecca contigo foi a melhor coisa que podia ter acontecido.

Ela chorou demais na saída do aeroporto...sabe né, saudades da vó Cris. Parecíamos duas choronas, ninguém entendia nada...mãe e filha aos prantos.

Espero que as memórias daqui sejam alegres. Espero que tenha aproveitado e que não deixemos (muito) a desejar. Sei que a escolha foi minha, mas essa distância é um saco!

Já estamos com MUITA saudade. Embora não me conforme, sei que infelizmente a família está separada, e é hora de voltar pra casa. Se cuida...

Te amamos muito!

Ahhh mãe....

Os olhos já estão inchados, e as lágrimas continuam caindo, caindo. É por isso que sei que...

... Valeu!!!

quarta-feira, julho 05, 2006

Ser mãe é padecer no paraíso...

Pois é, não poderia haver frase melhor do que essa...agora vivo essa realidade, e por esse motivo - por agora - esclareço o meu sumiço. Quase 3 semanas desde o nascimento da Rebecca, e minha vida está uma loucura.

Mas, voltando um pouco, deixa eu contar sobre "o" dia.

Saímos cedo (antes das 6 da manhã) em direção ao hospital. No peito, aquele aperto... acho que a ansiedade era muita. Vontade de chorar, de apreensão, de alegria, um monte de sentimentos misturados que nem eu conseguia me entender...

Depois de acertar a papelada no hospital, fomos pro labor & delivery. Lá, me deram aquela camisola de hospital horrível, e por lá fiquei esperando. Logo começaram a monitorar as batidas do coração da Rebecca (que aliás, eu ainda estava incerta se seria mesmo menina, ou como outros diziam, um menino), checavam a minha pressão a todo o momento, e tiraram meu sangue mil e uma vezes, principalmente para guardar e enviar junto com o sangue do cordão umbilical do bebê (Fizemos o processo todo. Aliás, quem tiver dúvidas sobre esse processo, me pergunte... tenho até descontos que me enviaram).

Mas aí pronto, a ansiedade chegou à um ponto em que parecia que eu ía explodir! E o que a manteiga derretida faz? Chora né!!! Não é surpresa que meu apelido era "buá" quando criança. O Brandon todo feliz não entendia nada, não entendia o motivo do choro, e então mandei chamar minha mãe... porque essas horas, só mãe mesmo pra entender.

Chorei, chorei... aí melhorei, ufa!

Aí vomitei... e olha que nem tinha tomado nenhum medicamento (acho!). Não vomitei quase nada né, já que nem água estava tomando desde a meia noite...era pura azia que me perseguiu os últimos meses de gravidez. O bebê nasceu, e num passe de mágica, a azia sumiu pra sempre...

Mas voltando... Minha mãe me acalmou, saiu e voltou o Brandon, que teve que se vestir de "snowman" pra entrar na sala de cirurgia, parecia um palhaço...

A pior parte... A ANESTESIA. Foi a spinal. O anestesiologista primeiro dá uma anestesia no local que vai dar a spinal. Sento abraçada à um travesseiro, e uma enfermeira me segura também... e aí pra acertar o lugar certinho na espinha é um sufoco... dói até. Agora, o que acontece com a spinal, como explicou o médico, é que eu ainda sinto o toque na pele, só não sinto dor! Aí começam os testes... "você sente isso?" e ele me dá um beliscão... "sente esse?!" dá outro beliscão, e assim vai, até notarem que eu não sinto mais dor. Quando percebi, já tinham me cortado toda, e eu nem "tchum"...

Como piada sem graça vem sempre na hora errada, pra "animar" a situação, o meu marido solta um comentário e tanto...: "hey baby, I see your guts". Não, sem comentários...

De repente... aí vêm ela... (pois é, ELA!!!) , e os comentários : "nossa, quanto cabelo! olha os cilhos que lindos", e assim foi, escutei o choro dela pela primeira vez, e não tive como não me emocionar... chorei, chorei, chorei. Quando à vi pela primeira vez, foi amor a primeira vista. Estou apaixonada!

O Brandon saiu da sala, e levou a Rebecca junto. Aqueles momentos, quando fechavam a incisão durou uma eternidade. Mas quando ví a minha pequena de novo, tudo passou...

O primeiro dia foi bem difícil...nada ficava no meu estômago, e digo NADA, nem água. Tudo eu colocava pra fora. Efeitos da anestesia...melhorou no segundo dia. Fiquei no hospital quase 4 dias no total, e minha mãe dormiu comigo lá todas as noites. A Rebecca podia ficar comigo no quarto o tempo todo se eu quisesse, e embora as vezes eu a mandasse pra nursery, logo logo eu sentia saudade e pedia pra trazê-la de volta. Esse sentimento ainda é novo pra mim, e ainda assim, incrível.

A volta pra casa

A primeira semana foi difícil... Senti muitas dores, embora não mais do que estava esperando. O Brandon e minha mãe me ajudaram bastante. Logo no começo, caí no banheiro tomando banho, e as dores aumentaram, mas de novo, não mais do que eu esperava. Ainda acho que valeu a pena optar pela cesária... já estou quase boa.

Estou amamentando, e agora, na terceira semana meu seio esquerdo começou a rachar... Dói, dói muito mesmo! Quando o meu leite não é suficiente, complemente com fórmula. Dormir é quase uma palavra distante no meu vocabulário... é onde ainda estou penando. Ando cochilando na sala, e deixo o Brandon dormir no quarto, já que alguém tem que trabalhar nessa casa. Assim ele descansa bastante e vai trabalhar inteiro no dia seguinte. Mas é difícil...ficar sem dormir acaba comigo! Ainda bem que ainda tenho ajuda, senão, tava perdida...

Falando em ajuda, minha mãe vai embora no próximo Domingo, e nem posso tocar nesse assunto, vou deixar pra sofrer depois...

A Rebecca é a coisa mais fofa do mundo... As vezes parece que ainda não caiu a ficha. Parece não, acho que ainda não caiu. Ainda não acredito que essa pessoinha veio de dentro de mim.

No fim, tudo vale a pena... Tudo o que passou... o enjôo pela manhã, a azia interminável, engordar 22 kilos, passar mil e uma noites sem dormir... tudo vale a pena quando olho o rostinho dela, e me apaixono de novo e de novo.

Esse deve ser o amor de mãe que sempre me disseram...