terça-feira, abril 29, 2008

You have to believe...and fight!

(post l-o-n-g-o)

Desde que cheguei do Brasil, as coisas viraram do aveso…completamente. Eu ainda estava sentindo aquela brisa gostosa da viagem, do aconchego junto à família, quando na mesma semana, a tempestade deu as caras. Tempestade só não…furacão.

No fim da mesma semana da volta, quando ainda me acostumava com decisão de voltar a trabalhar, de uma hora pra outra, sem aviso, a quantidade de trabalho do Brandon diminuiu significamente. Em trocadilhos, caiu 50%…e tratando-se de um emprego onde a pessoa ganha por hora…isso é um big, BIG deal. A surpresa veio porque há um jogo de interesses no meio.

Sendo assim…a idéia de voltar a trabalhar virou assunto urgente. Comecei a enviar curriculums, fui a inúmera entrevistas, e é com muita alegria que posições me foram oferecidas em 4 de 5 empresas que fui convidada à conversar.

A maior surpresa foi de uma agência, de New Jersey, que me ligou intermediando uma posição em uma grande companhia daqui. No começo, tudo bem normal…e uma entrevista via telefone foi marcada para o dia seguinte. Eu ODEIO entrevistas sérias pelo telefone, porque no fundo no fundo, não confio no meu inglês. Dito e feito…eu achei que me compliquei toda, e acreditei viamente que a conversa tinha sido um fiasco. Mas, não me abalei muito pois na mesma semana outras 2 entrevistas estavam marcadas, inclusive uma no Citi Bank que…só pra ser qualificada para a entrevista, tive que passar em um teste de 3 horas de duração.

Para a minha surpresa, no dia seguinte, a agência de NJ me ligou perguntando como pensei que havia me dado na entrevista…e sem rodeios, disse que mais ou menos. Pois acredite... rapaz disse que gostaram de mim, e que queriam me oferecer um contrato de 6 meses para a posição. Parecia até ser um scam, porque eu nunca fui contratada pelo telefone, sem uma entrevista pessoal. Mas mesmo assim me mandaram um contrato por email…e as dúvidas começaram a diminuir.

A entrevista no Citi Bank que durou quase 1 hora, pareceu ter sido boa também. E é por isso que acredito que me dou muito melhor pessoalmente. 2 dias depois me ligaram oferendo a posição…que não tem um salário bom (muito pelo contrário), mas ótimos benefícios (seguro saúde para mim e para a família, auxílio estudo - Universidade, plano de aposentaria, academia, assistência com child care, etc.). Como dizem alguns aqui…salário não é bem o que importa, e sim os benefícios, rs. A má notícia era que o próximo treinamento e consequentemente posição, só começam em Julho. Na nossa situação….não havia como esperar.

Resolvi aceitar a outra posição…que no começo achei muito boa pra ser verdade…na HP - Hewlett Packard. Acredite se quiser, aqui em Idaho encontra-se um dos grandes centros de serviços da companhia. Aliás, quem tem grana por aqui, geralmente trabalha lá, pois é a única companhia, além da Micron, que paga bem por aqui.

Há não ser esta boa notícia - que pra mim ainda não sabia se seria boa de verdade ou não - as coisas estavam desmoronando em casa. O serviço de Brandon, de ruim foi à pior, e as coisas pareciam não se encaixar de forma alguma, nem por decreto. Pra piorar tudo, no Sábado antes de começar meu treinamento, apenas dois dias antes antes do meu primeiro dia, a Becca deixa cair coca-cola no câmbio do carro. Carro automático, transmissão eletrônica…breakdown.

Juntou-se à ansiedade comum de começar um novo emprego…não ter carro. Tudo bem se você mora numa cidade com sistema de transporte, ou quando sobra uma graninha pra consertar o veículo….ou, ou ou….quando se há família por perto para dar uma carona, ou amigos próximos. Não era o caso. Não pense em andar à pé…nada é perto o suficiente. Lá vou eu pedir carona, pra amiga brasileira que mora à meia hora de mim. Primeiro dia da Becca na escolinha…alegria por ela, pelas novas “ amizadezinhas”, tristeza minha por não compatilhar mais todos os momentos com ela. Coisa de mãe…penso.

É lógico que quando vc está contando os centavos, aparecem grandes quantias à serem pagos. Pra variar, os milhares de dólares que pagamos para garantia quando compramos o carro, não valem de nada. Eles cobrem tudo tudo tudo…menos a pecinha mínima que quebrou, e que precisa ser trocada…junto com o resto do câmbio. Como a Mercedes tem um nome pra tal da pecinha, e eles tem outro…eles não cobrem. Mesmo que se trate exatamente da mesma coisa. Com mil e uma coisas pra pagar, trabalho pela metade...mais essa. E lá pra quarta-feira…lá estou eu chorando pela quinquagésima vez.

Mas…mesmo pedindo mil favores - que eu odeio - continuo chegando no trabalho, todos os dias. Dia é um que ajuda, dia é outro. Nesse meio tempo me encontro numa sala de 24 escolhidos na HP. Descubro que quase 500 aplicaram para as posições e destes menos de 100 foram escolhidos. Me sinto feliz. Dessa classe de 24, quase todos são formados…BS, BA, MBA etc e tal…a maioria tem, menos eu. E nisso me confronto com a realidade dos EUA que de fato…está num buraco. Recessão total.

Na sexta-feira…nada de carro consertado ainda. O que eu mais queria era chegar em casa, relaxar, tomar o meu vinho, e esquecer todos os problemas da semana. O Brandon e um amigo dele vão me buscar no meu trabalho no carro desse amigo. Quando você pensa que nada mais pode dar errado…pense melhor. O carro quebra no meio do caminho, no meio do nada. Back road. Eu, sem pensar duas vezes, começo a pedir carona…pois tenho que pegar a Becca na escola. Pois bem…sexta-feira…ninguém quer saber de parar pra ajudar…o negócio é chegar em casa! Cansei de pedir carona…embora muitos tenham parado, só perguntavam se eu precisava de um celular pra ligar pra alguém. Acontece que…eu não tinha pra quem ligar!!!

Quer dizer…minha amiga Germana, que me deu carona no primeiro dia do trabalho. Amigona! Liguei para ela que lá foi dirigir meia hora pra buscar a Becca. Um alívio…um problema à menos. Nisso, dois carros param…um deles uma Van de um mexicano pintor. No outro carro o patrão, me dizendo que o rapaz ía para a minha cidade, mas tinha que fazer um orçamento primeiro.

Antes disso tentam nos ajudar, Mexem, mexem, mexem no carro…e nada. Com o carro quebrado desde as 5 da tarde…eu já estava triste e nervosíssima às 7pm. Querendo chorar, só pra variar. Quando nada que fazem ajuda o carro funcionar, eles decidem ir embora. Lá vou eu, me acomodar no chão dessa Van cheia de máquinas e latas de tinta. Completa sujeira. O rapaz para numa residência, e lá continuo eu sentada no chão da Van por 45 minutos. Ainda bem pois, depois de tudo isso, ele me levou na porta de casa…mesmo morando há quase meia hora daqui.

Finalmente cheguei depois das 8 da noite, e ainda tive que ir buscar o Brandon e o amigo, que em todo esse tempo estavam esperando no carro. Quando chego, descubro que a polícia havia acabado de sair de lá…que os rodearam bem por 45 minutos, checaram as carteira e tudo mais…e só então entenderam de fato a situação. Ufa…era só o que me faltava!

Percebi o quanto dependemos de carro por aqui. Você - carro = NADA. Sinceramente, quase não se sobrevive sem carro aqui. Impressionante!

Depois do fim de semana….estava até com medo de colocar o pé pra for a na segunda-feira, mas…o que passou passou e tenho que ir trabalhar. Eu que as vezes quero desistir fácilmente, decidi ir em frente, mesmo que tudo estivesse desabando ao meu lado. Não estou sendo dramática…mesmo que pareça, não estou entrando em outros detalhes.

A coordenadora do treinamento decidiu dar um exame baseado na semana anterior de aprendizado logo na nossa chegada em classe. A minha auto-estima, no geral, é bem humilde nesta classe. Afinal, sou a única estrangeira. Todos, sem excessão, são americanos nativos…born and raised in America. Cheios de diplomas, grande experiência professionaL, impecáveis por assim dizer. Admito que no começo me senti o patinho feio. Não tive nenhuma simpatia…ninguém monstrou apreço pela minha diferença cultural. E nem eu quis ser diferente, só competente. E assim fiquei.

O exame acabou. Alguns se auto elogiando, confirmando a boa performance. Eu admito que fui bem, mas tinha certeza que pelo menos 2 respostas estavam possivelmente erradas. A coordenadora volta e diz que alguns não passaram no teste e terão uma segunda e última chance no dia seguinte (se não passarem, são demmitidos). Me senti confiante pois não pensei que iria fracassar…não. Não tinha ído mal assim.

Ela não quis comentar quem passou ou não no teste…mas que apenas 3 pessoas, de 24, acertaram 100% das questões. “Primeiro, levante-se por favor fulano de tal”. “Por favor, levante-se agora ciclano”. E…”levante-se o terceiro que acertou 100%, Cynthia Peck”.

Posso estar enchendo a bola para o assunto, mas você não deve imaginar a minha emoção e contentamento. Primeiro, porque não é nada fácil ser o patinho feio da classe. A que não é nativa, a que não fala e se comunica tão bem quanto os outros. Pode ser baixa estima de estrangeiro…ainda mais quando eles fazem questão de enfatizar como é difícil lidar com "aqueles indianos que trabalham no customer service em Mumbai e que não falam Inglês corretamente". Sabe como é...Agora penso que posso ser tão competente quanto eles. A cara de “awwww” será uma das maiores lembranças que terei. Isso porque foi um teste que todos os que falam pelos cotovelos nas aulas, que tem resposta pra tudo, que tem MBA e o caramba falharam…e eu não. E… estou feliz porque estou orgulhosa de mim mesma. E faz tempo que isso não acontece.

Aprendi que tenho que dar mais valor à mim mesma…acreditar na minha capacidade, mesmo que limitada em alguns sentidos. Até então, criar uma carreira num país que não é o meu, com uma lingua que não é a minha nativa, tem sido um desafio. Principalmente porque ultimamente tenho tentado trabalhar em empresas que não tenho conhecimento algum da área que eles atuam. E também não tenho um diploma geral como o de Business que, independente da área, tem sempre um pouco em comum com quase qualquer empresa. É por isso que acreditar em sí numa situação dessa é quase que dar uma colher de chá pro desapontamento. Continuo apreensiva, mas tenho aprendido que, mesmo que na marra, minha capacidade de aprendizado é ilimitada e que vale a pena tentar, e conseguir superar barreiras!

O mundo pode continuar estar desabando, e eu sei que as coisas ainda vão demorar um pouco pra se encaixar novamente…mas hoje eu estou feliz…bem feliz…MUITO FELIZ!

domingo, abril 20, 2008

Porque os americanos são vidrados no tempo...

Logo quando me mudei para os EUA fiquei impressionada com a fixação dos americanos no ‘weather’(condição do tempo). Eu dava risada, achava o cumulo do ridículo.

Enquanto no Brasil a condição do tempo - se vai chover, se vai fazer sol - não toma não mais de 2 minutos do período de um telejornal, aqui às vezes penso que no mínimo toma metade! Não importa em que hora do dia ou noite você ligue a televisão, sempre tem um jornal falando sobre o tempo, a temperatura de agora, daqui a 2 horas, daqui 5 horas, de noite e logo de madrugada, e qual será quando você sair pra trabalhar.

Não entendia muito essa fixação, até porque…à não ser que você trabalhe ‘outdoors’, ou esteja querendo passear em um lugar aberto, você raramente precisa de blusão ou casacão. Isso porque todas as casas, carros e comércio tem aquecimento. Pode estar tudo branquinho do lado de fora, neve até o meio da porta…lá está vc dentro de casa de shorts e camiseta. Vai no supermercado? Sai do quentinho de casa, entra no carro, que também te aquecedor. Sai do carro, e entra no supermercado que também tem…?! Aquecimento! Digo que aqui, com certeza, uso minhas blusas menos do que usava no Brasil. E se você for convidada para ir na casa de amigos para um jantar ou coisa assim…atenção! Vá com uma blusinha leve por baixo…porque tem gente, que pelo amor…põe o aquecedor no último, o máximo possível…e além de ser difícil respirar, ao invés de você se sentir aconchegante, parece mais que você está visitando alguém no dia mais quente do verão, no Saara.

Mas enfim, no começo prometi à mim mesmo que não sería igual à ‘eles’… que preocupação demais é bobagem. Além disso, sou meio paulista meio mineira…lá a gente olha pro céu pra ver se vai chover ou não, e dependendo do dia e da época do ano, leva uma blusinha à tiracolo, ‘just in case’ o tempo mude de repente. Sem dramas, sem “oh my God, today is going to rain!”

Aliás, achava um absurdo como o pessoal parece ter o maior pavor de chuva! Vindo da terra da garoa, SP, chuva é quase mais comum do que um dia de sol. Em Virginia eles avisavam quantos inches (medição daqui) de chuva iríam chover, onde você devería dirigir ou deixar de passar, e assim por diante. E eu quería gritar: 'gente, é só chuva!’.

Mas, por outro lado, tive de vir a concordar que checar o tempo é, de fato, importante. Isso porque, a condição do tempo aqui… e diria, principalmente nos estados mais ao Norte dos EUA, muda mesmo inesperadamente e mais importante, bruscamente. Uma prova disso foi essa semana aqui em Idaho.

Depois de alguns dias com uma temperatura média de 11 graus Celsius, Domingo e segunda-feira passados foram dias lindos com máximas de 27C e 23C respectivamente. Todo mundo saiu de casa, as ruas estavam cheias de gente caminhando, se exercitando ou mesmo só à toa. Terça-feira a temperatura máxima caiu para simplesmente 8C! Quando saí com a Becca na quarta de manhã, a temperatura marcava 34F, ou seja, 1C…! Eu esqueci minha luvas e minhas mãos, literalmente, quase congelaram. E demorou para esquentar um pouco, pois o dia estava nublado. Tem noção… De 27 pra o máximo 8 graus em 2 dias?

Baseando-me na quarta-feira, comecei a me arrumar para encontrar algumas amigas brasileiras daqui para um pic-nic no parque no dia seguinte. Sem colocar a perna pra fora de casa…lá fui eu começar a me vestir: calça, bota e blusa. Estava até pensando se levava uma jaqueta ou não. Quando minha amiga chega, tomo um susto. Ela estava de blusinha regata! Como assim? Tá calor? … Pois é…em 1 dia a temperatura vai de bem menos de 10 graus pra quase 20! E sim, aqui a gente usa blusinha regata com 20 graus! Lá fui eu, trocar todo o figurino!

E foi assim que a ficha foi caindo…aqui é m-e-s-m-o necessário checar o tempo e a temperatura o tempo todo! Afinal, ninguém quer ser o palhaço da corte andando todo encapotado num dia de calor…e vice-versa…porque se aventurar com roupinha de calor num frio de 5C…não é nada agradável, concorda?

Pois é…vivendo e aprendendo!

Ps.: Enquanto estou aqui terminando o post...adivinhe. Olho pra fora e, está nevando!

terça-feira, abril 08, 2008

Crianças Bilíngues

Nessa viagem ao Brasil, uma das perguntas que mais escutei foi em que língua eu estava falando com a Becca. E a resposta era sempre a mesma: em Português!

Me irritava um pouco quando alguém chegava e começava a falar em Inglês com ela. Entendo a boa vontade de quem fosse, mas tentava gentilmente pedir para que a pessoa falasse com ela em nossa língua...porquê no Brasil, falamos português!

Isso porque é muito difícil educá-la nas duas línguas. Para algumas famílias não, como algumas que mesmo morando num país estrangeiro, os dois pais falam uma lingua em comum. O que na verdade acontece na maioria dos casos aqui em que as crianças falam espanhol.

No meu caso é diferente…eu sou a única que não fala Inglês por perto. Fico pensando a cabecinha dela, achando que a mamãe deve ser uma ‘alien’. “Na escolinha todo mundo fala inglês, no supermercado também. Na televisão…tudo na lingua dos Estados Unidos, e até o Daddy só fala em Inglês…e a mamãe é a única que fala essa lingua diferente”.

Minha mente voa, viaja, eu sei. Mas tenho confiança que todo o sacrifício será valido no futuro. Ser bilíngue só lhe trará vantagens. Ela poderá conversar com os familiares e amiguinhos daqui e do Brasil. Mais a frente, oportunidades de trabalho serão muito maiores. Aprender uma terceira lingua então, será muito mais fácil. E ela não precisará passar pelo sufoco que eu passei em aprender uma lingua estrangeira depois de adulta.

Isso porque, “quando o adulto aprende uma segunda língua, constrói novas áreas no cérebro para armazenar as informações. No entanto, a criança que aprende línguas incorpora-as na mesma área do cérebro onde estão armazenadas as informações da primeira língua.”

Tem uma ‘pressãozinha’ de casa também. Toda vez que minha mãe me liga, diz: ‘você está falando em português com essa menina, né?! Porque senão será uma pena ela chegar aqui e não conseguir falar com ninguém!”

Pois é…

A Becca não fala muitas palavras ainda, como uma boa parte de crianças da idade dela (1 ano e 9 meses) já falam. As vezes penso que ela está guardando tudo em algum lugar na cabecinha, e de uma hora pra outra vai disparar a falar. Uma das razões por pensar assim foi quando no Brasil, depois de já estarmos à mais de 1 mês lá, do nada ela vê uma vaca e diz “cow”. Como assim Bial? Cow no Brasil? Foi quando ela, no tempo dela, soltou a palavra que já sabia…

Agora, a maior felicidade foi a primeira prova que ela está, de fato, assimiliando as duas línguas. “Mocinha”como ela é, amou brincar com os meus sapatos. Adora calçá-los e tenta andar com eles pra cima e pra baixo. E foi então que começou dizer babato (sapato) e shoes! Ora é um, ora é outro, mas sempre relacionado com o mesmo objeto. Mamãe está tão orgulhosa!

E daí continuou… cachorro pode ser au-au ou doggy. E nós sabemos que au-aus são tupiniquins! Porque na América, cachorro faz ruf-ruf, e não au-au, rs. E a última: comida gostosa é tanto yummy como icícia (delícia). Por enquanto são apenas estas 3, mas já o bastante pra me deixar pra lá de feliz.

Não sei como vai ser quando ela começar à ir na escolinha, já ouvi casos de que quando crescem um pouco mais, a mãe pergunta em português e a criança responde na lingua que aprende na escola. Não sei! Mas tenho confiança que, o que posso estou fazendo, e espero que o futuro confirme que valeu a pena!

Só sei que…haja força de vontade!

sexta-feira, abril 04, 2008

Anos Dourados...

Quando estava na praia, no Brasil, minha prima Bia deu para o meu priminho Vítor uma pasta cheia de revistas, dvds, reportagens e etc de um tal grupo chamado "Rebelde". Eu até então nunca havia ouvido falar deles. Aí fui ver, e eles fazem parte de uma telenovela mexicana, e parece ser a mais nova mania infantil "do momento" também no Brasil...mania que toda geração tem.

Só que, as loucuras maiores com certeza vem na adolescência, e TODA geração, com certeza teve a sua.

No anos 50 e 60, com certeza foram os Beatles e Elvis Presley. Pergunte pra sua mãe...com certeza vai te dizer que o Elvis era o máximo, e que ela era apaixonada pelo Paul, e que a melhor amiga dela, pelo John Lennon.

E assim foram passando...anos 80 os Menudos, e nos 90...(a minha geração), o NKOTB, ou seja, os New Kids on The Block. Isso na música. Na televisão, não preciso dizer de novo que era (e ainda sou) viciada pelo Beverly Hills 90210 (Barrados no Baile). A geração depois da minha lembro que gostava de Backstreet Boys e OC. Os tempos mudam, mas em certas coisas, nem tanto assim.

Na escola não se falava em outra coisa. Fazíamos encontros de amigas pra checar a mais nova reportagem do grupo, e a amiga que tinha mais dinheiro comprava revistas para colocarmos na pasta coletiva de artigos que colecionávamos. CD's... eu não tinha dinheiro (meu pai não me dava dinheiro pra essas coisas) então eu pegava emprestado e gravava tudo em fitas cassetes, e escutava as músicas sem parar. Com isso digo...SEM PARAR. Assistía todos os dias o programa 'vídeo clips' e gravava os clips, pra aprender as coreografias das músicas. Sabia danças todas também.

Então... esse ano vai ficar pra história! Primeiro, porque já foi confirmado Beverly Hills 90210 vai voltar a ser gravado. Eu sei...não vai ser como antes, e nem sei se vou acompanhar porque volta-se à High School (pois é, agora não tenho mais 14 anos pra assistir esses dramas) e com novos atores. MAS.... SE colocassem os atores antigos, ou alguns deles - suspiros - aí sim, eu não perco! Vamos ver.

.

E agora...eu já sabia dessa notícia, mas ninguém dava mais detalhes...e hoje, no Today Show, lá estavam eles...New Kids on the Block informando a volta do grupo! Todos já perto dos 40 anos, mas bem enchutos, pra não dizer, melhores.

Eu sei, eu sei...eu não sou mais uma adolescente. Mas...não é isso. Parece uma volta aos meus 'anos dourados'. Uma lembrança boa de uma época em que a ingenuidade era o que reinava. Sem malícia. Uma época em que eu não tinha problemas, e que a maior preocupação da minha vida - além de conseguir passar na prova de matemática - era onde arrumar uma fita cassete pra gravar minha música preferida.

.

.

Tempos bons que não voltam mais...

E você...de quem você sente falta?!