segunda-feira, janeiro 12, 2009

5 years and counting...

5 anos. Pois é, 5 anos do dia que cheguei aqui America. O tempo passa depressa e muda muito quase tudo.

Fiquei super triste quando entrei no meu blog antigo e vi que ele foi deletado. Quantas recordações que infelizmente nao me dei o trabalho de guardar e imprimir. Que bom que tenho a memória e felizmente posso contar no futuro as histórias da sagua neste país tão diferente do meu. As fotos que tirei podem mostrar todas as emoções…

12 de Janeiro de 2004. Um frio de rachar em New York e o dia de minha chegada. No dia seguinte os noticiarios diziam que a tempestade da noite anterior fora a pior dos últimos 100 anos. Sei não, mas era o que diziam, e eu só pensava…mas que recepção! Peguei a minha primeira ‘strep throat’ logo no dia seguinte e me senti sozinha pela primeira vez precisando um colo de mãe. Depois de alguns dias me mando pra Maryland para conhecer a minha Host family e a garotinha que iria ganhar o meu coração.

2004 foi um dos anos mais emocionantes da minha vida. Junto com 2001 - quando morei em Vancouver - posso dizer que aproveitei ao máximo cada minuto. Daqueles de ir fundo e quase não medir consequências. Aprendi de novo a me virar sozinha numa terra que não sou nativa, descobri uma outra pessoa em mim mesma - que sim, tem um certo grau de paciência, relembrei centenas de vezes que essa liberdade e ânsia de conhecer o novo tem seu preço…a distância da família, dos amigos mais queridos, do comum e do conhecido.

Viver num país estrangeiro é em si só uma eventura. Nos primeiros meses tudo é uma descoberta, mesmo que já se tenha morado ‘for a’antes, afinal, cada país tem suas regras e dramas. Até atravesar a rua se torna uma tarefa árdua… começar a dirigir, assistir televisão, fazer compras no supermercado, tudo é novidade e diferente. Você começa a comparar tudo, tintin por tintin. Como o povo daqui vive e reage às coisas…o jeito como fazemos tudo no nosso mundinho distante.

Na mente pequena de qualquer um acostumado à um certo hábito, as comparações são infinitas diante da grande multidão que então passamos a conviver:

- Eles não almoçam, só comem um lanche...que coisa!

- Eles dormem ce-do! Ligar para alguém depois das 9 noite, há não ser que seja seu amigo intimo, é pura falta de respeito;

- A maioria não cozinha tudo do scratch (natural)…tudo já vem metade preparado…;

- Muita, mas muita gente vai à Igreja aos Domingos;

- Qualé desse tal de Super Bowl?

- Mas que povo mimado…só sabem dirigir carro automático;

- Visitar alguém sem ser convidado, também é falta de respeito…

- Como tudo é barato…can’t get enough of buying all these eletronics!

- Tomar uma cervejinha na rua…nem pensar! Como é que esse povo se diverte se todo bar fecha no máximo às 2 da manhã?! Que horror, eu hein…

- Se marcar alguma coisa para as 10...significa 10! Não 10:05, 10:15, 10:20.

- E que coisa...todo fast food tem dolar menu! Esse monte de guloseimas por 1 dolar...não é a toa que são todos uns gordos!

E o tempo vai passando, e as grandes diferenças vão diminuindo e começam a até fazer sentido. Não é que vc começa a viver a vida - nesse caso - do Americano, mas simplesmente a realidade de estar neste determinado país.

Um dia você volta pro Brasil e começa a notar e ficar alarmado com coisas que antes eram parte do dia-a-dia e que agora se tornam um absurdo…

- Mas como tem feriado no Brasil! Ninguém trabalha nessa terra?

- Porque esse povo fica esperando até 11, meia noite pra ir pra ’balada’ e não saem antes e aproveitam mais?! Parece aquela espera de quem espera mais só pra não ser o primeiro. Não é a toa que tudo só acaba as 5 da matina;

- Porque ninguém usa car seat para as crianças (aqueles que tem e fazem questão de não usar), e alguns nem usam o cinto de segurança? É porque a policia não pega ou estupidez mesmo?;

- Como todo mundo consegue dormir tão tarde e ainda ‘funcionar’no dia seguinte?

- Mas a novela das 8 continua mesmo sendo a febre nacional;

- E essa violência…que coisa…;

- E porque todo mundo dirige como se o mundo fosse acabar hoje?

- Será que não existe um ser que consiga ser pontual? Mas que falta de respeito!

- Uma coisa não muda…o São Paulo Futebol clube continua sendo o…The Best!

As coisas são assim mesmo…nós evoluimos socialmente e aprendemos a viver em outra cultura e fazemos dela, até certo ponto, a nossa. Essa história poderia ser totalmente vice-versa…alguém ir para o Brasil e adotar o nosso famoso ’jeitinho’. Hoje em dia digo que estou americanizada, no sentido de me sentir confortavel vivendo o dia a dia. O Ingles está ótimo….já nem noto quando falo ou escuto um ou o outro.

Claro, como digo sempre, a única verdade que continuo acreditando depois de tantos anos aqui é que… não existe nação no mundo que seja perfeita…o Brasil não é muito menos os Estados Unidos. O melhor do cotidiano quem faz é cada um de nós.

Continuo tendo os meus altos e baixos por aqui… mas o que mais dá saudade são as coisas simples… a família, os amigos, a churrasco com uma cervejinha, a praia, Janeiro com calor. Pessoas queridas são as que sempre farão mais falta…o resto, it’s a piece of cake.

E depois de ser au pair, casar, ter uma filha, morar em 4 Estados diferentes…cá estou eu, preparada para por aqua ficar por mais … a few - or who knows, several - AWESOME years!

Cheers!

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Welcome 2009!

About time!

2008 foi um ano dificil, como eu ja sabia que seria. As más noticias começaram a chegar logo em Janeiro, quando decidi ir para o Brasil. Os 2 meses em casa serão inesquecíveis.

Voltei com uma sensação que Idaho não era meu lugar, Nampa não era o local que eu queria chamar de ‘minha cidade’. Não sei explicar direito o porquê, simplesmente não era. Incrível, mas uma semana depois de nossa volta do Brasil, o trabalho do Brandon simplesmente ‘desandou’. Na verdade foi quase que uma traição de uma companhia que nos ofereceu mundos e fundos do outro lado do país mas que no fundo…estava no fundo do poço. Éramos então dois desempregados. As coisas apertaram, a frustação aumentou e achar uma luz no fim do tunel parecia quase impossível.

Consegui um emprego ótimo, na HP, mas que eu já sabia que seria temporário. Fui levando as coisas enquanto o Brandon incansavelmente procurava por uma ‘salvação‘… um emprego, um futuro para a nossa família, um lugar. Pois é, um lugar…se por lá eu não queria ficar, essa era a hora de mudar. Sem nada ou alguém que nos segurasse em um específico local, comtemplamos o Texas, Washington, California…mas as coisas deram mesmo certo em Utah. E cá estamos nós.

Na semana da mudança, meu pai recebeu uma trégua. Finalmente a dor e o sofrimento acabaram para ele. Quem continua sofrendo somos nós, os que ficam. As lembranças são constantes… nas músicas, nas fotos, na memória em si…parece que tudo me faz lembrar dele.

O emprego do Brandon tem sido maravilhoso. A empresa é ótima e vê-lo feliz e apreciado faz o meu dia. Eu finalmente encontrei o trabalho dos meus sonhos… e voltei a ser uma “Travel Specialist”. Tinha até esquecido o quanto gosto disso. Com toda essa crise no país, a empresa que trabalho está passando por dificuldades também… essa semana todos ganharam ‘pay cuts’, mas enquanto eu puder continuar fazendo o que gosto, estou feliz.

Outra coisa boa que esta mudança trouxe - e uma das coisas que eu mais sentia falta - foram as visitas! Desde que chagamos em Ogden, recebemos pelo menos uma das pessoas queridas por nós, por mês. Germana e John de Idaho em Agosto, meu sogro em Setembro, meus tios em Outubro, minha sogra e cunhado em Novembro, e grande Janice semana passada (logo as fotos aparecem…). E espero que assim continuem no próximo ano…

Querendo dar uma passadinha por aqui, é só dizer :)

2009...!

Eu tenho uma sensação que este ano será bom. Já estava esperando por ele à algum tempo!

Temos coisinhas para resolver, que eu sei que são grandes, mas não vou fazer disso um ‘big deal’. O sonho da casa nova provavelmente terá que esperar, but well.

Quero deixar de me importar tanto com coisas que só me deixam pra baixo. Que me irritam, que me frustam. Eu não tinha objetivos no começo de 2008...mas eu tenho para 2009. São 3 apenas mas, pelo menos pra mim, de grande importância:

* Me fortalecer espiritualmente;

* Viajar o máximo possível;

E…

* Correr uma meia-maratona (uia!)

Pois é, ao invés da mania de querer sempre emagrecer, ano após ano,- e que quase nunca cumpro - me dei este outro desafio. O Brandon disse que duvida, mas comecei semana passada os exercícios e o treinamento pesado começarei no fim de Janeiro. A meia maratona será aqui em Ogden, no dia 16 de Maio. Está registrado aqui o meu ‘challenge’ para este ano.

Good News:

A boa notícia é que Dona Cristina (minha mãe) não está de malas prontas, ainda, mas já está com data marcada para vir pra cá: 21 de Janeiro. Chega aqui no dia 22, e eu já estou contando os dias. A-le-gri-a! Ela me ajudará a cumprir o primeiro objetivo, aproveitará com minha família o objetivo 2, e … disse pra increvê-la na meia maratona também! Este é um dos grandes sonhos da vida dela, e vamos treinar juntar para superar esse objetivo, completar o percurso.

Então é isso…pra quem continua acompanhando esse blog, espero que 2009 seja tão bom para você como espero que seja para mim e minha família.

É hora de renovar a esperança e recarregar as baterias!

Mesmo que debaixo de um frio de rachar...o que importa é a motivação :) .

Grande beijo...