E as palavras de carinho…vocês não tem noção do quanto me fazem bem! Obrigada viu?!! Desculpe se deixei alguém preocupada, não foi a intenção...
É por isso que decidi vir aqui contar o que anda me atormentando. Quem sabe, talvez eu esteja apenas fazendo uma tempestade num copo d’água. Mas…
Ai…
Os dias passam, e eu sabia que uma hora isso ía acontecer. Eu iría me incomodar com a mansidão, com o nada à fazer. E com a cabeça quase vazia, eu iría enchê-la de problemas.
Desde a semana passada ando numa tristeza que ninguém merece. Nada me alegra, nada me contenta. E eu só fáço pensar no que eu podería fazer, mas não… Nada me atrai. Uma angustia chata que não sai do peito.
Quando penso numa coisa boa, logo em seguida penso em algo ruim sobre a mesma coisa.
Por exemplo… penso em como é bom estar em casa com a Becca, e logo em seguida penso em como eu estou “perdendo” tempo não fazendo coisas mais produtivas. É óbvio que estar com ela é ótimo, é prazeroso, não é perda de tempo de forma alguma (falando nisso, ela começou à dar os primeiros passinhos!), mas penso que eu podería estar trabalhando e ela podería estar se enturmando e fazendo amiguinhos.
O lado bom em estar em casa é que pelo menos em uma coisa ando me empenhando, como prometi à mim mesma que iría fazer. Saio pra andar/correr com a Becca todos os dias, e até agora emagrecí 6 kilos (só faltam mais 10 - só).
Mas de novo, quando me dou conta do quanto foi ótimo o Brandon ter mudado de emprego, logo em seguida me sinto culpada por estar em casa, e não fazendo algo pra ajudar também. E ele é tão bonzinho, que quando comento minhas frustações, ele diz que alguém tem que cuidar da nossa filha, e que isso não é trabalho à toa.
Mas sabe quando você não consegue outra coisa à não ser procurar pêlo em ovo? Sei que martírio é tolice, mas também não consigo “me desligar”.
E em cima de tudo isso, as coisas continuam não boas no Brasil, e me sinto mais culpada ainda por estar aquí, e não lá. Me sinto egoísta... sinto que não faço o que devería fazer.
Trabalhar na Grantops foi algo ótimo pra mim. Depois de alguns anos fora do “real mercado de trabalho” , voltar às antigas e mostrar do que sou capaz me fez um bem tremendo. É por isso que quando decidimos mudar, eu aceitei que não faría nada por algum tempo porque não precisava mais daquela afirmação de que era boa em alguma coisa.
Mas eu sou 8 ou 80... Só me empenho pra valer quando estou muito à fim de algo. Caso contrário, nem me animo. Admiro que é diferente; Quem é pau pra toda hora, quem não pára no ponto. Sabe, admiro que se anima e faz coxinha ou pastel pra vender, ou faz coisas decorativas em casa, etc, etc etc… Não adianta, esse tipo de coisa não é comigo.
Eu posso estar reclamando demais, mas as coisas aqui em Idaho não são como onde viví antes. Como sempre, todo local tem o seu positivo e o negativo. O custo de vida é bem mais barato, childcare também…metade e às vezes até um terço do valor. Masss, aqui também ganha-se muito menos. Até trabalhos em escritório que em outros locais pagaríam uma fortuna.
Fui lá, de novo, me registrei no career builder (site de empregos), e surpresa…uma operadora de turismo estava contratando…assim, serviços com a minha cara, coisas que fiz por tanto tempo. A responsável pela contratação estava mais empolgada do que eu, pois eu me encaixava bem no perfil. Mas, tem sempre um ‘but’. A empresa iría contratar e só depois do treinamento de 3 semanas havería um sorteio pra dizer que ‘turno’cada um iría trabalhar. Podería ser durante o dia, mas podería ser até perto da meia noite também. Então já viu…não dá.
Aí penso que devería tentar algo de novo, alguma coisa nova… e são tantas coisas que caberíam no meu perfil que no fim das contas não me animo a fazer nada. Podería tentar ser interior designer (decoradora) porém preciso estudar pra isso. Gostaría de escrever um livro (sobre o quê?), também me daria bem trabalhando num escritório… aprender à ser contadora ou na parte de health care, que aqui é um negócio e tanto.
No fim das contas pensei que devería voltar à estudar, principalmente porque posso conseguir um degree online e então me empenhar em construir uma carreira aqui (que nos EUA exije mais do que eu tenho à oferecer)…mas depois de me informar direitinho percebi que talvez não vale à pena ter mais-uma-dívida para acrescentar à nossa longa listinha de débitos.
Outra coisa que conta é a idade… não sou velha, mas convenhamos…não tenho mais meus 20 aninhos pra começar tudo fresquinho.
Será que eu tenho que sossegar o faxo e me focar em apenas ser mãe?! Sei lá…talvez seja hora de engravidar de novo… rsrs. Veja bem, agora que já casei, será que devo comprar uma bicicleta?!
Sem brincadeira agora…alguém aí já esteve na mesma situação? Sim ou não, será que dá pra dar uma opinião e uma “clareada” na minha visão?! Porque vou te dizer… está pra lá de ofuscada.
Bjs,